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“Estamos desesperados, tentando ver com novos distribuidores s | Canal da Economia

“Estamos desesperados, tentando ver com novos distribuidores se conseguem nos repassar as rações ao menor custo possível”, diz Perla Poltronieri, fundadora e presidente da Catland, ONG instalada em 2012 no Jabaquara, bairro na Zona Sul da capital paulista, que se dedica ao resgate de gatos abandonados na cidade.
Perla enfatizou que “a alimentação é uma parte fundamental” do trabalho desenvolvido pela ONG. Isso porque a entidade prioriza o resgate de gatos idosos, machucados e doentes.
“Eles precisam de rações especiais, medicamentosas, ricas em nutrientes específicos. As rações normais encareceram muito, mas as medicamentosas aumentaram muito mais. Eu pagava cerca de R$ 100 em um saco de 3,5 kg, e agora estou pagando R$ 150, ou seja, 50% mais caro. E essas rações representam 20% do consumo na Catland”, ressaltou a fundadora.
Perla Poltronieri, fundadora e presidente da Catland
Arquivo pessoal
Outro impacto relevante da inflação nas demandas dos gatos foi sobre a areia higiênica. A ONG utiliza 750 kg por mês e, segundo Perla, o gasto médio mensal saltou de R$ 1,2 mil para 1,8 mil, o que representa um aumento acima de 50%.
Além do impacto da inflação, a ONG também registrou grande aumento na demanda do abrigo em razão da pandemia. O local tinha capacidade para abrigar 300 felino e, atualmente, tem cerca de 100 a mais. Com isso, a despesa fixa mensal da Catland passou de aproximadamente R$ 70 mil para R$ 110 mil, um aumento de quase 60%.
'Situação terrível'
Com uma demanda de 45 kg de ração por dia – cerca de 1,3 tonelada ao mês – a ONG Casa de Lázaro, que funciona há oito anos em Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, tem passado dificuldades para manter abrigados cerca de cem cães.
“A situação está terrível. A gente acabou tendo que dispensar colaborares para poder manter os custos. A ração teve um aumento de 30%. A gente gastava em torno de R$ 10 mil por mês no ano passado, e hoje o gasto com ração é de mais ou menos R$ 13 mil”, contou Vanessa Pinto, fundadora e presidente da ONG.
Para driblar o aumento de preços das rações, Vanessa disse ter aumentado a “panelada”, que é como ela chama a alimentação natural, prepara com arroz, frango e legumes para os cães.
“Esses alimentos também aumentaram muito de preços. Mas a ração é ainda mais cara e a maioria só vende à vista”, destacou.
Vanessa Pinto, fundadora e presidente do abrigo para cachorros Casa de Lázaro, na Zona Norte do Rio
Arquivo Pessoal
Vanessa enfatizou, ainda, que o aumento dos custos é generalizado, já que “tudo ficou mais caro”, como as contas de luz e gás, os remédios veterinários e insumos diversos demandados para os cuidados com os cães abrigados.
“Nós usamos muitas luvas descartáveis, porque lidamos com animais muito machucados, e o preço delas ficou caríssimo. A gente pagava cerca de R$ 29 pela caixa com cem luvas, que agora está custando R$ 79”, apontou.
'A proteção animal pede socorro'
Há mais de década atuando na defesa animal em São Paulo, a publicitária Luli Sarraf afirma que “a proteção animal pede socorro no Brasil”. O aumento de preços dos produtos e serviços do universo pet, segundo ela, agravam ainda mais as dificuldades da luta pelo bem-estar de cães e gatos.
Há 13 anos, Luli fundou a Celebridade Vira-Lata, que realiza o trabalho de castração de cães e gatos em São Paulo. Em média, a ONG realiza mil procedimentos por ano e, em 2021, ela viu a iminência da meta ser comprometida.
Luli Sarraf mantém a Celebridade Vila-Lata, ONG que há 13 anos realiza castração de cães e gatos de forma gratuita em São Paulo
Arquivo Pessoal
“Os insumos para castração encareceram muito. Eu cheguei a pagar seis vezes mais caro que no ano passado para fazer uma castração. No começo do ano ainda enfrentamos falta de analgésicos e anestésicos, os mesmo que faltaram para a intubação de pacientes com Covid no país”, contou.