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Cerca de 30% do combustível é trazido de fora do país, mas pre | Canal da Economia

Cerca de 30% do combustível é trazido de fora do país, mas preços abaixo do valor do mercado internacional trazem prejuízo aos importadores. Saiba quais são as alternativas do governo e da Petrobras. Diesel já tem aumento de 47% nos cinco primeiros meses do ano.
Diário TV/Reprodução
O Brasil tem lidado há meses com a disparada dos preços dos combustíveis. A isso se somaram, recentemente, temores de que venha a faltar diesel no país.
No fim de maio, tornou-se pública uma reunião em que a Petrobras levou ao governo a informação de que havia risco de desabastecimento de diesel no país caso a empresa não praticasse por aqui os preços de mercado internacional.
A preocupação é resultado de um impasse: para conter os preços dos combustíveis, a Petrobras tem desrespeitado a política de paridade de importação (PPI), atrasado os reajustes e permitido que o valor final fique abaixo da média praticada no exterior.
E, ao vender diesel por preço menor que o mercado, a petroleira desestimula empresas importadoras a trazer diesel de fora. Isso porque, para elas, é preciso vender com prejuízo para competir com a Petrobras.
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Em momentos de alta demanda pelo combustível, cerca de 30% do abastecimento é preenchido pelo diesel importado.
Sem esse reforço, há duas possibilidades:
encarar a explosão dos preços por falta de produto (com reforço da inflação em toda a cadeia);
ou forçar a Petrobras a assumir o prejuízo na importação, prejudicando a estratégia da própria empresa.
O g1 consultou especialistas do setor de energia e economistas para entender o que pode acontecer daqui para a frente.
Por que o preço do diesel subiu tanto?
O preço do diesel é mais baixo no Brasil que no exterior?
Vai faltar diesel no Brasil?
Se há estoque de diesel, por que há preocupação?
Quanto representa o diesel importado no total?
O que acontece se faltar diesel no país?
O que a Petrobras pode fazer para que não falte diesel no país?
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Por que o preço do diesel subiu tanto?
Desde 2016, ainda na gestão de Pedro Parente, a empresa adotou o preço de paridade de importação (PPI) para definir o preço da gasolina e diesel nas refinarias. O PPI é orientado pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio.
Com a pandemia do coronavírus, os combustíveis sofreram seguidos choques com o aumento dos preços do petróleo no mercado internacional e também com o real desvalorizado frente ao dólar.
Em 2022, a guerra na Ucrânia e as sanções ao petróleo da Rússia reforçaram ainda mais a pressão de inflação sobre os combustíveis.
Mesmo com reajustes mais esporádicos, os três presidentes da Petrobras da gestão de Jair Bolsonaro seguiram a lógica de mercado para definição dos preços. Em 12 meses, o diesel acumula alta de 53,5% e a gasolina de 31,2%, segundo o IBGE.
O preço do diesel é mais baixo no Brasil que no exterior?
No último relatório da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis, divulgado na terça-feira (7), a defasagem média do preço brasileiro do óleo diesel é de -13%, enquanto da gasolina é de -15% em relação à média internacional.
Em valores, isso significa uma perda de R$ 0,77 para cada litro de diesel e de R$ 0,67 para a gasolina.
Para as empresas importadoras, essa defasagem causa prejuízo na operação. Então, elas esperam ao máximo o momento em que a Petrobras vá reajustar os seus preços para comprar combustível, esperando que a competição seja de igual para igual.
Vai faltar diesel no Brasil?