2021-10-19 20:54:40
Segundo a Abla, os motoristas de aplicativo alugavam 200 mil veículos das locadoras no início do ano passado; hoje, o segmento aluga cerca de 170 mil. App de transporte: o segmento aluga cerca de 170 mil veículos das locadoras.
Reprodução/TV Grande Rio
A disparada no preço da gasolina tem dificultado a vida dos motoristas de aplicativos como Uber e 99 e levou a uma devolução de 30 mil veículos às locadoras de automóveis de junho até agora, disse o presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), Paulo Miguel Junior.
“Acreditamos em retomada do mercado, se o preço do combustível voltar para um patamar mais baixo e se os aplicativos reajustarem o valor da tarifa, dando possibilidade para que eles (os motoristas) recomponham a renda mensal”, disse, durante coletiva nesta terça-feira.
Atualmente, muitos usuários estão com dificuldade em conseguir motoristas de aplicativos nas grandes cidades. Os aplicativos negam que há falta de motoristas, embora as associações que representam a categoria já sinalizaram uma debandada.
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Segundo a Abla, os motoristas de aplicativo alugavam 200 mil veículos das locadoras no início do ano passado. Esse número chegou a cair cerca de 80% no pico da crise, entre abril e maio, mas se recuperou no fim do ano.
As novas perdas passaram a chegar depois de junho deste ano, na esteira do aumento no preço da gasolina, o que inviabiliza o negócio no lado dos motoristas. Hoje, o segmento aluga cerca de 170 mil veículos das locadoras.
“Mas a gente tinha espaço para ter até uns 220 mil, 230 mil veículos de aplicativo, se tivesse frota e se o mercado estivesse bom. Nossa previsão é de crescimento para o futuro”, disse.
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Idade da frota
Diante da dificuldade das montadoras de veículos na produção, sobretudo com a crise provocada pela falta de semicondutores no mercado, a idade média da frota das locadoras de automóveis do país disparou de algo entre 14 e 15 meses para 23 meses, segundo Miguel Junior.
As locadoras menores, com menos poder de barganha do que as gigantes como Localiza, Unidas e Movida, estão sofrendo ainda mais.
“Tem carro chegando a 36 meses (sobretudo na terceirização de frota)”, disse, acrescentando que, nas líderes do setor, a idade média também subiu, mas está na casa dos 15 meses no aluguel de carros (RAC).
Com a crise, as montadoras estão pedindo entre 240 e 300 dias para entregar os veículos. Antes, o prazo rondava 90 dias a depender do modelo. “Esse prazo é dado, mas ainda sujeito a todas as interferências possíveis de paralisação. Nossa programação de recebimento de veículos está muito desajustada. Eles não conseguem prever efetivamente a entrega”, disse Miguel.
Em setembro, a montadora que mais vendeu veículos às locadoras foi a Fiat, com 105 mil. Os veículos mais comprados pelas empresas do setor foi o Fiat Mobi (27,5 mil unidades), Fiat Argo (26,6 mil unidades) e o VW Gol (26 mil).
Miguel disse que a falta de semicondutores no mercado global é uma realidade a ser enfrentada pelo menos até 2023.
“A crise com certeza vai se estender para 2022. E quem sabe vamos normalizar isso em 2023 quando novas fábricas de semicondutores vão entrar em funcionamento”, disse.
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Ele destacou que o setor mantém sua previsão de comprar neste ano 380 mil veículos, um crescimento de 5,56% na comparação com os 360 mil veículos adquiridos em 2020. No fim do ano passado, a Abla havia dito que o setor tinha demanda para comprar 800 mil veículos neste ano, mas o processo de renovação de frota foi frustrado pela falta de veículos no mercado.
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