2022-06-18 20:01:13
#dica Arremessando Alto (Hustle) na NetFlix.
Adam Sandler, que está dando a volta por cima na carreira ao sair das comédias para abraçar roteiros sérios, interpreta o olheiro Stanley Beren, que trabalha para o Philadelphia 76ers. Seu papel é viajar o mundo buscando jogadores de basquete desconhecidos que possam se transformar em estrelas da NBA. Ele tem um passado obscuro, com decisões erradas que o colocam em dúvidas sobre se um dia conseguirá realizar sonho de se tornar técnico e ficar mais tempo em casa, vendo a filha crescer. Mas as coisas não estão fáceis.
Na Espanha ele conhece um jovem, Bo Cruz, que é interpretado pelo espanhol Juancho Hernangómez, jogador profissional da NBA pelo Utah Jazz. E aí é a jornada do herói. Ele leva Juan para os EUA e começam as dificuldades para que o jogador emplaque no time.
O enredo tem toques de um filme anterior de Sandler, o Tá Rindo de Quê?, de 2009, quando um experiente comediante descobre que está com uma doença terminal e transforma um jovem em seu pupilo. É muito parecido com dezenas de filmes desse tipo, a diferença fica pelos bastidores do mundo da NBA. Quem curte basquete vai delirar com o desfile de astros e jogadores, além de aspectos do treinamento e das personalidades e pressões que cada um sofre na busca pelo sucesso na mais rica e importante liga de basquete mundial.
As cenas de jogos e treinamentos são sensacionais, mas poderiam ser menos longas, o que deixa claro que tanto o roteirista como o diretor são apaixonados pelo basquete e quiseram deixar a marca no filme. Aliás, Adam Sandler tem a mesma paixão, joga regularmente e o basquete aparece em diversos de seus filmes.
Sandler faz o papel de um sujeito sofrido, normal e irresistivelmente simpático. Todos os amigos gostam muito dele, não dá pra não torcer por ele. Chamou a atenção a química entre os dois personagens principais, Sandler e Juancho. É muito bonito ver uma amizade sendo construída, e a forma como Bo confia em Stanley, mesmo nos momentos mais críticos. As cenas de tensão terminam com um sorriso amigável, e o tom é sempre positivo, algo raro nos filmes de hoje em dia que não são bobinhos.
É um filme leve, que tem o mérito de não apertar na lacração (o “vilão” é um ator negro, Anthony Edwards, que faz muito bem o papel de rival arrogante de Bo nos treinos).
Um filme para cima, focado na busca pelo sucesso mesmo diante de repetidos fracassos, é receita certa para estes dias intensos em que todos estamos de saco cheio com as pressões, a raiva reinante, a politização de nossas vidas e esse clima de torcida para que o outro dê errado.
É um filme muito mais humano que a maioria dos filmes sobre esportes. Não tem super heróis nem os exageros aos quais fomos condicionados por Hollywood. Terminei de assistir e estava leve, e isso é muito bom hoje em dia.
Se você está interessado em uma história que usa os mesmos elementos, mas muito mais intensa e dramática, assista “Jerry McGuire”, com Tom Cruise.
Com Adam Sandler você terá um filme que lhe fará bem, ao mostrar que ainda dá para ter esperança nas pessoas.
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