2021-09-09 19:44:43
Ibovespa volta a subir depois de chegar a ter queda pressionado por Petrobras; dólar cai SÃO PAULO - O Ibovespa volta a subir nesta quinta-feira (9), depois de chegar a recuar perto da hora do almoço pressionado pelas ações da Petrobras, que seguem em baixa (-0,56%), mas ficam longe das perdas de mais de 3% que registraram mais cedo.
Com isso, o índice volta a ensaiar uma recuperação depois da derrocada de 3,78% na véspera, na maior baixa diária em seis meses, refletindo preocupações com a pauta econômica do país diante do aumento da tensão político-institucional.
Contribuindo para o quadro de preocupação com o cenário macro, dados mais altos que o esperado da inflação pesam principalmente para os juros futuros, que disparam mais de 20 pontos-base, tanto nos contratos mais curtos quanto mais longos.
Depois do fechamento ontem, o ambiente de tensão após as declarações de Jair Bolsonaro no 7 de setembro aumentou, em meio a pontos de concentração de caminhoneiros em rodovias federais em 15 Estados, insuflados por bolsonaristas. O presidente enviou um áudio pedindo ao grupo que suspenda as paralisações porque podem provocar inflação e prejudicar a economia.
Os protestos dos caminhoneiros, aliados do governo, começaram um dia depois das manifestações do feriado. Em Brasília, o ato, patrocinado pelo presidente, foi marcado por presença significativa de caminhões na esplanada dos ministérios, sendo que muitos permaneceram no local ainda na quarta-feira.
Enquanto isso, a inflação oficial no país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,87% em agosto na comparação com julho, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Houve um recuo ante a alta de 0,96% em julho, mas o número ficou acima do esperado. A expectativa, de acordo com o consenso Refinitiv, era de alta de 0,71% frente julho de 2021 e de 9,50% na comparação com agosto de 2020.
Com esse indicador, o mercado começou a mudar a precificação nas opções para o próximo Copom, ganhando espaço apostas em aceleração adicional. Após a última reunião, a indicação era de que haveria uma alta na mesma magnitude, de 100 pontos-base. Agora, porém, com os riscos fiscais e a piora na dinâmica da inflação, já se vê uma alta de 125 bps como cenário mais provável no mercado.
No exterior, o dia em Wall Street é de estabilidade, com investidores repercutindo números de emprego. Nesta manhã foi divulgado que os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA atingiram 310 mil na semana encerrada em 4 de setembro, o menor resultado desde o início da pandemia. O dado ficou abaixo da previsão dos analistas consultados pela Refinitiv, que esperavam 335 mil pedidos.
Além disso, atenção para a decisão do Banco Central Europeu (BCE), que manteve a taxa de depósitos em -0,50% e a taxa de refinanciamento em 0%, ao passo que sinalizou que compras do Programa de Compras de Emergência na Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) terão condução em ritmo "moderadamente mais lento".
Às 13h40 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha alta de 0,36%, a 113.819 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial opera em queda de 1,04% a R$ 5,27 na compra e a R$ 5,271 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em outubro registra baixa de 0,87% a R$ 5,287.
No mercado de juros futuros, o movimento é de forte alta após o dado do IPCA: o DI para janeiro de 2022 sobe 27 pontos-base a 7,23%, DI para janeiro de 2023 tem alta de 41 pontos-base a 9,19%, DI para janeiro de 2025 avança 27 pontos-base a 10,31% e DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de 20 pontos-base a 10,71%.
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