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Sobre a pouca quantidade produzida no Brasil, em comparação ao | Canal da Economia

Sobre a pouca quantidade produzida no Brasil, em comparação ao arroz com cultivo considerado tradicional, Portela argumenta que isso ocorre porque há pouco investimento em desenvolvimento de iniciativas para a produção desses grãos, assim como outros produtos orgânicos.
"Outro ponto que me parece importante se refere ao aspecto cultural, a geração atual de agricultores ainda olha com uma certa insegurança para este sistema já que também o apoio técnico é deficiente", afirma o especialista.
Mas ele diz que há uma demanda crescente pelo consumidor por produtos orgânicos e isso tem feito com que cada vez mais sejam desenvolvidas pesquisas sobre o tema. Ele avalia que essa produção deve crescer cada vez mais no país. "Acredito que o caminho se dará por esse lado", diz.
Entidades brasileiras relacionadas à produção rural afirmam não ter dados específicos sobre a produção de arroz orgânico relacionada ao MST.
A reportagem procurou instituições como a Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), que afirmaram não ter informações sobre o tema.
Instituições relacionadas ao governo federal, como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) dizem que não possuem levantamentos sobre o tema.
Já o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afirmou à BBC News Brasil que há 1,1 mil produtores de arroz registrados no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO). No entanto, nesse sistema somente é possível acessar o nome do produtor e a sua localização, não há como detalhar quais estão em áreas de assentamento do MST.
Famílias em assentamentos são as responsáveis por produção de arroz orgânico
Alexandre Garcia via BBC
Menos famílias produzindo e gargalo na comercialização
A produção do arroz orgânico no MST é feita em 12 assentamentos em diferentes municípios do Rio Grande do Sul e envolve cerca de 340 famílias beneficiárias da reforma agrária. Esses números caíram nos últimos anos. Em 2017, por exemplo, eram 616 famílias em 22 assentamentos.
Em grande escala, os assentamentos do MST produzem arroz agulhinha longo fino, nas versões polido, integral e parboilizado. Em menor escala, também produzem arroz cateto, vermelho, arbóreo e negro.
Nos últimos anos, muitos produtores ficaram desestimulados diante das dificuldades para comercializar os grãos. Grande parte desse arroz costumava ser vendida por meio de iniciativas do poder público, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Conab.
O MST estima que nos últimos anos houve redução de até 40% nas compras de arroz orgânico por parte de entes públicos para alimentação escolar, área que prevê que no mínimo 30% das compras sejam feitas por meio da agricultura familiar - na qual a produção do movimento se enquadra.
Um fator que dificultou a venda nos últimos anos foi o auge da pandemia de covid-19, que manteve as escolas fechadas. Mas outro ponto, segundo o movimento, seria uma falta de incentivo do governo Bolsonaro à agricultura familiar.
"O governo federal é um grande comprador e, por meio da Conab, sempre auxiliou levando alimento a quem mais necessita. Hoje a Conab não tem efetuado compras da agricultura familiar (como antes)", afirma Guilherme Vivian, integrante do setor de produção do MST e um dos responsáveis pela comercialização da Cootap (Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região Porto Alegre).
"As prefeituras e governos estaduais também não têm efetuado compras no período recente", acrescenta.
Em nota à BBC News Brasil, a Conab argumenta que nos últimos quatro anos adquiriu cerca de 36,105 mil toneladas de arroz para a formação de cestas de alimentos que foram distribuídas a povos e comunidades tradicionais em todo o país.